Lua de Mel em Santiago - Aventura parte 2
Pois é, meu amores,
nossa aventura em Santiago estava apenas começando.
Se você perdeu meu
último post, poderá ve-lo clicando aqui.
Durante o voo, nos
pedem para responder um questionário que deverá ser entregue quando chegarmos
ao Chile. É um questionário até simples e mesmo não entendendo bem espanhol, dá
pra saber o que se pede. Na verdade, a gente meio que adivinha o que pede.
Tudo certo, só que os
comissários não têm canetas para emprestar pro preenchimento. E eu, que sempre
tenho uma canetinha comigo em uma das minhas bolsas, tinha tirado por algum
motivo. “Droga! Como faremos pra preencher?”.
Bom o destino estava chegando,
uma “turbulênciazinha” bem acima dos Andes pra dar ainda mais emoção – só
pensava no filme “Vivos”o tempo todo – e nada da gente conseguir
preencher o tal papel. Pois bem, aterrissamos, desembarcamos e ainda o papel por
preencher. Por fim, pedimos por gentileza para uma moça que estava próximo nos
emprestar uma caneta que ela estava usando. Ela emprestou. Estávamos terminando
de preencher e ela precisava sair. Fiz sinal pra ela pegar a caneta, mas ela
respondeu algo em espanhol, acho, dizendo que podíamos ficar com ela. Ficamos
nos sentindo os brasileiros folgados. Hahahaha. Mas tudo bem. Preenchemos o tal
papel.
Para os viajantes de outros países que chegam ao Chile, eles pedem para
preencher este formulário, onde o visitante informa que não está levando nenhum
item de origem animal ou vegetal. Isso inclui diversas coisas e devemos
responder diversas perguntas referentes a isso. Indicar o endereço de
permanência no país e, acredito eu, também telefone pra contato. Além disso,
após nossa bagagem sair do avião, passa por um raio-x, mostrando que realmente
não consta nenhum desses itens que pode prejudicar a flora Chilena. O vinho é a
principal fonte de renda do país e qualquer item que possa ameaçar as vinhas
deve ser evitado ao máximo.
Pois bem, tudo lindo,
pedimos um táxi para nos levar até o hotel. Aquele “portunhol” maravilhoso de
sempre. O motorista cordial, tentou falar qualquer coisa, mas o Aguiar e eu
ficávamos perdidos. Comentei que só aprendi inglês, o espanhol ficou de lado e
ele me respondeu: “Sorry!”. =D
Chegamos no hotel, a
mesma dificuldade com a língua. Senhor, nunca pensei que seria tão difícil!
Fizemos o check in e subimos pro nosso quarto. Tinha uma salinha com sofá e
mesa, um banheiro de tamanho bom, adequado. Uma mini-cozinha com fogão,
frigobar, microondas, talheres, taças, copos e algumas panelas.
Uma cama enooorme e armário médio. Já tinha cofre no
quarto, mas não sabíamos como usar. Precisávamos deixar guardar nossos passaportes em lugar seguro.
Pois bem, toca a Tatinha descer e
falar com o rapaz da recepção. “Caramba, como é mesmo cofre em espanhol? Rapaz
do céu, não lembro!”
Cheguei lá e pedi
“ajuda com o cofre”. O rapaz, “Sí, claro” e me levou algumas escadas abaixo e
eu imaginando o que ele iria pegar ali... Daí vi que ele me levava para o local
do café da manhã e eu disse: “Não. Cofre.”
Ele me olhou com cara de interrogação até que outro rapaz que estava por ali olhou pra mim e
perguntou: “Safe?” e eu “Yes... Sí!” e então ele falou para o recepcionista:
“Caja fuerte”. Nunca mais esquecerei dessa palavra!
Vista parcial da sala do apartamento |
Safe/caja fuerte/cofre |
Resolvemos sair para
conhecer as redondezas e jantar. Ficamos a algumas quadras do Shopping
Costanera Center. Gente, ele é gigante! Tem uma torre muito, muito alta! Muito
legal... Fechado! Descobrimos ser dia de eleições municipais e lá, ao
contrário daqui, eles levam muito a sério tanto os estabelecimentos ficarem fechados, quanto a lei seca
do dia das eleições.
A fome só aumentava quando achamos um Subway! Nossa
salvação. Pensamos ser a opção perfeita, pois geralmente as redes de fast food são padronizados e não teríamos problema algum em
escolher o sanduíche. Só que não bem grande! Olhamos, olhamos, olhamos mais uma
vez. “Tá, o que é pollo mesmo? Ah, frango. Ok! E jamón? Putz, não faço ideia!
Ah, vai atún, que é atum. Ok, combinado!”
Chegou nossa vez e,
por padrão, já fomos falando o pão e o tamanho: parmesão com orégano, de
quinze. Depois o recheio atum e queijo suíço. Aquece. Aí chegou a hora da
salada... “Como fala alface? O_o... Lechuga? Deus, acho que sim... Vamos na
fé e apontando”. Aponta pro alface, não tomate, azeitona, não lembro mais o
que. O Aguiar, muito corajoso, apontou pro picles... Eu olhei aquele picles e
ele estava diferente. Alertei o Aguiar: “é pimenta!”, mas ele quis mesmo assim. Amigos, era jalapeño. O marido adorou e já queria trazer pro Brasil.
Bem, de barriguinha
cheia, fomos andar, procurar um mercadinho aberto para comprarmos água e alguns
itens básicos pra passar a noite. Quase tudo fechado! Andamos por uma rua,
procurando sempre ficar próximos àquela principal por onde tínhamos vindo e não
nos perdermos.
Achamos um mercadinho. Compramos água e outros itens diversos. O
corredor de bebidas estava totalmente fechado e havia um segurança para
garantir que ninguém compre ou consuma bebida alcoólica, devido às eleições. Viu? É bem sério por lá.
Tudo certo, sacolas
nas mãos, vamos embora. Amado marido me diz: “vamos fazer um caminho
diferente”. Eu disse que não, ele insistiu e fomos.
A intenção dele era ir
numa rua paralela à qual pegamos para chegar até ali (Rua Los Leones) e virar na
esquina certa pra chegarmos por outro lado. Andamos, andamos, andamos e nada de
aparecer a tal rua que tínhamos que virar. Nada era sequer parecido com as ruas
que viemos. Começou a escurecer, esfriar, deu desespero. Marido disse: “abre o
Google Maps aí, vai... Não sei mais onde estamos” eu quase matando ele e
morrendo ao mesmo tempo, abri... Mas supresa! Precisa de quê pro Google Maps
funcionar? 4G! E o que não tínhamos no nosso chip do Brasil? 4G e nenhum
estabelecimento com wifi aberto para nos socorrer. Sem conseguir falar
espanhol pra pedir ajuda e como é mesmo o nome do hotel? “Íudember Ráus”...
Nem o nome do hotel conseguia falar. E a rua? Pfff piorou! Até que viramos uma
esquina e finalmente nos achamos. Eu já estava suando frio de medo de ficar
perdida de noite, num lugar estranho, sem GPS e sem saber falar a língua local.
Foi tenso!
Chegamos ao hotel e a
segunda coisa que fiz foi baixar um mapa – pelo wifi – da região onde
estávamos. A primeira coisa foi baixar o dicionário espanhol do Google Tradutor!
Hahahahahaha
E olha que esse foi só
o primeiro dia! Aventura foi o tema da nossa lua de mel.
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